Não faça isso de novo. Não tente se convencer de que está feliz: você não está. Felicidade não é isso, felicidade não pode ser isso. As suas feições não são de uma pessoa feliz.

É outro ano, mas ainda é a mesma vida. E as mesmas pessoas que me olham como se eu fosse de um outro planeta — Ah… como eu gostaria de ser.

Não tem fumo, nem missa, nem rosto infantil e sorridente a segurar a porta do elevador que me comova por mais que um dia. Não tem companhia que me desperte do sono profundo em que minha alma insípida se encontra. Não há quem me encontre. Já não há caminho.

Carece-me o brilho que quase todo mundo tem quando tudo se apaga. Me falta o brilho da alma. Restou-me, apenas, escuridão.